domingo, 25 de janeiro de 2015

Boca

Um sorriso na cara,
Uma dormência nos lábios
E tu
Me apertando por dentro.
Me esmagando, me matando,
Me sufocando.
Me desculpa.

Ele em todo canto,
Em toda parte
E me parte ao meio.
Ele te segura do outro lado.
Eu queria que tu fosse só meu.
Mas ele compete,
E como é injusto.

Eu tô aqui nesse buraco há tanto tempo,
Tentando enfeitar as paredes
E lavar o chão de barro.
Será que eu preciso de um descanso?
Eu queria tanto poder descansar.
E agora, o que eu faço?
O que eu faço enquanto vou perdendo você?

Você diz que é meu
(como nunca antes),
Mas descreio ainda em tudo que sai
Dessa sua boca,
Que não bebe,
Não fuma
E não chupa.

Eu sou uma puta,
Tu sabe.
Eu sou uma puta pra fugir de você.
Tu pode ir pra ele as vezes que for,
Quando voltar eu estarei aqui.
Mas não me peça pra ir junto não, amor.
Por favor, não.
Que eu bebo,
Eu fumo,
Eu trepo,
Só pra esquecer de ti.

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