quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A corda de que eu falava

Eu sufoco de tristeza
E começo a escrever poemas
Eu recito mentalmente
Palavras estranhas pra calar minhas ações
Eu sinto, eu sinto tanto
Eu preciso fazer isso ou aquilo
Pra fazer parar
Eu quero que acabe, que acabe logo
Eu quero que saia de mim
Quero esquecer, quero não ser quem sou
Eu fecho bem os olhos
Antes que comece a fazer algum barulho
Antes que comece a chorar
Eu estou com dor de cabeça
E preciso sair daqui
Eu preciso ir, eu preciso ir
Mas eu sempre me sinto tão sozinha
Ninguém, ninguém pode me entender
Eu sou tão má que os bons nunca
E tão pura que os maus me enojam
Eu não posso viver nesse mundo
E eu anseio pela mesma morte que temo
Eu sou um lá e cá que machuca
E também sou a insistência
Em não sentir coisa alguma
Eu preciso respirar, mas não quero
Não quero respirar
Quero chorar e fazer barulho enquanto sufoco
Porque doi
Porque é triste
É triste, é triste
Tem as mentiras e a solidão
E a certeza de que ninguém vai me entender
Pior
Ninguém jamais vai chegar a me conhecer
Então sou eu e esse silêncio
Esse silêncio que fica
E que grita
E me arranha por dentro
E não importa que eu o quebre
É uma maldição
Não tem pra onde ir ou o que fazer
Todos os lados são errados
Eu preciso sofrer
Eu preciso eu preciso
Isso não está certo
Eu queria alguma chance
De não ser isso aqui
De não ser eu

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