domingo, 27 de dezembro de 2015

Quase lá

Não sou uma garota  triste.
Ah, não. Eu apenas gosto.
Gosto da tristeza,
Gosto de expressá-la,
Gosto da liberdade de transmitir
E receber a tristeza alheia.

Sou uma garota que odeia domingos.
Não por serem tristes e desanimados.
Domingos são vazios e ocupados.
Em um domingo não cabe a tristeza como ela é.

Sinto falta daqueles 5 segundos de intensidade
E de toda uma vida que eu teria com Peter.
Sinto falta da minha imensa vontade
De alguma coisa.
Eu sou uma garota estranha.

Eu crio lagartas para abandoná-las
Na hora de partir.
Eu crio amigos para esquecê-los
Nos momentos cruciais.
Eu me apaixono para alimentar o ódio
Da decepção.

Eu sou uma menina absurda.
Eu uso meu corpo para certo arrependimento,
Eu uso minha voz para banalizar as coisas.
Eu uso meu sentimento para esgotar-me.
É isso que sou, uma sede de esgotamento.

Quando eu bebo minha tequila,
Quando eu como compulsivamente,
Quando eu danço e gargalho,
A vida é quase suficiente.

Mas quando eu te beijo,
Quando você me sufoca entre seus braços,
Quando me olha nos olhos
E eu sinto o maior pavor de todos os tempos,
É aí que existo.

Existo quando sinto algo
Que não posso suportar.

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