quarta-feira, 29 de julho de 2015

Menino no ar

Hoje eu recebi um sinal teu
Vez em quando recebo
Não doeu
Li tuas mensagens
E aí?

A vida continua
Exatamente a mesma
Não me dispara o peito
Não me falta o ar
Não tenho vontade de chorar em público
Da última vez que eu fumei, foi por uma briga com meu pai
Não tenho tempo
Para perder com a tua pirraça
Tenho que me ocupar em ser feliz

Eu vou ali
De um lado pro outro
Pinto os meus futuros
E tu praticamente inexiste
Fora de uns rasgos de poemas
O que são vinte entre novecentos?
Ainda sou Isabel
E sei que a vida só pode melhorar
Dentro da minha cabeça

Ô, menino
O que esperas de mim agora?
Que eu seja humana?
Que eu seja fraca?
Tenho um tanto de decência
Usarei contigo
E me vou dormir

Ao menos escrevo novamente
Estou livre
Livre dentro de mim
Nenhuma paixão vale isso

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