sábado, 4 de julho de 2015

Peter, Alice, Dinah

Te amo cada vez mais quando te leio
Mas te mato todos os dias
Quase não me resta piedade
Não te confio
Absolutamente nada
Já não te quero por perto
Apesar de sentir tua falta
Te rejeito fielmente
Todas as horas
Preciso ir embora
Preciso ir agora
Repenso o tempo inteiro
Mas é fato
E está feito
Eu já te odeio
Já te apavoro
E por alguma razão
Abominável
Já não confio
Em quase nenhuma outra pessoa
São todos loucos varridos
Todos perderam suas cabeças
Onde foi parar
Essa maldita rainha de copas?
Eu estou partindo
Novamente de dentro de mim
E já tudo me incomoda
E já não é possível
Mais te amar daqui
Você enlouqueceu
Te odeio por isso
Mas todo mundo sabia
Que não tinha escapatória
Era provisória essa farsa
Nenhum futuro promissor
Foi plantado
E não adianta replantar a morte
É não só estúpido
Como suicida
E não me aguento mais em masoquismo
Já é tempo
De renovar a despedida
Minha partida se refaz e refaz
E mesmo que eu me parta
Em outras mil
Não é rezar mentiras
Que vai me salvar
Do medo de estar só
Eu sou Alice
E essa é a verdade mais verdade
Que todas as outras
Porque não me conheço
Além do nome
Mal sei do meu tamanho
E mal sou capaz de recitar
Os versos de sempre
Estou só
Em meio a toda a mudança
Permanente
De todos à minha volta
Do ambiente,
De mim própria
Espero acordar a qualquer hora
E descobrir que estou a salvo
Fora desse hospício de mim
Já me basta
Preciso de paz acompanhada
Será isso assim tão difícil?
Contigo
Também saiu errado
É o resultado de sempre
Mas eu quero mais
Eu quero, preciso
Há esperança
Vai dar certo alguma hora
Perseverança e paciência
E permaneça boa, Débora.
Sempre boa.
Gentil, todos os dias.
E ame-se por isso.
Eu me chamo Alice.
Mas dará tudo certo no final
E eu vou rever Dinah.
Adeus de novo, Peter.
Adeus, coelho branco.

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