quarta-feira, 29 de julho de 2015

Resquícios, rezas, reciclagem

Tenho o braço ainda sujo
Três traços inúteis
É claro que me importa
Se isso te machuca ou não
Porque quando distante
Quando volto a ser humano
É isso que sei fazer,
Me importar

Mas não é como se fosse mudar alguma coisa
Ainda que meu braço continue sujo
Ainda que eu não encontre pretexto
Ainda que os versos teus continuem teus
Já fui embora

Eu sou melhor nisso do que tu podes imaginar
Mesmo deixando recados
Mesmo beijando o passado
Eu vou matando pedaço por pedaço
Ateando fogo
Quando já vejo há tanto desgosto
Plantado por toda a parte
Que torna-te obsoleto à minha pele

Se quiser,
Se estiver disposto
Aparece qualquer dia desses
Dá um jeito

Se souber,
Se tiver algumas respostas
Para as únicas perguntas que me restam
A gente de repente conversa

Se eu puder ajudar
Em alguma coisa
Ajudo

Mas te amar você sabe,
Eu não amarei
Como não me amastes
Como não me amarás
Como não sabemos
Ou conhecemos
Amor

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