terça-feira, 2 de junho de 2015

Água.

Tudo começa de novo
Com a contagem
Talvez seja uma maneira de me acalmar
Talvez eu só seja uma bomba-relógio
E queira explodir no momento exato

Here we go

Um, dois, três,
Quatro, cinco, seis dias
Uma semana a mais ou a menos
Daqui a pouco chegamos a um mês
É tudo tão fácil que só doi assim de repente
A abstinência vem em picos,
Às vezes é tudo uma calma irreparável.

Não consigo entender
Essa suspensão geral das ideias
Esse não ser de todas as coisas

Essa tua ausência inquestionável
Você sabe que eu não sei controlar meus dedos
Eu sempre toco nas coisas,
Nas dores, nos assuntos
É tudo puro teatro

Todo mundo sabe,
Eu insisto em vomitar verdades
E talvez tudo fique muito confuso
Mas não vou parar de atuar nem
Me dispor a falar só o que é certo
Não sou

Eu reproduzo mais uma vez
Inúmeros, incontáveis trechos
Que me pertencem
Nas coisas que você escreve
Só pra me arranhar por dentro
E se desenhar nos meus órgãos internos

Você não entenderia
A minha reprodução gratuita
Peço perdão por isso,
Mas é tudo tão efêmero
E você tão comercial
Tão preocupado com
As coisas mais banais da vida

E eu tão preocupada com você
Que possui mente própria
Que vive, respira
E toma decisões
Contra as quais não me cabe conspirar

Tudo que eu aprendo
Ainda passa pelo teu nome
Pra pedir permissão
E tomar forma,
Para existir dentro de mim

Sem tu na minha memória
Eu não existo
Devo cair em esquecimento
A qualquer instante
E vou chorar com isso,
Se vou.

Vou nadar na contramão
Mais uma vez
Só mais uma
(virão outras)
Eu preciso ir aos poucos
É assim que se morre
Aos poucos.

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