quinta-feira, 4 de junho de 2015

Amigo Imaginário

Me ponho a escrever.
Crio um universo,
Seres dentro dele.
E desses mundos todos
Nasce um blog.
Está escrito em todas as paredes
Como se eu morasse
Em uma solitária.
Há versos, delírios,
Alternativas para a verdade
Que não me satisfaz.

Dentro dessa
Exposição,
Numa bíblia de oitenta páginas
Que mudam de cor
Conforme a posição do sol,
Mora um menino.

E o menino, quando fala, recita
Os meus absurdos escritos.
Haja memória interna
Ou capacidade de absorção.

Cozinha dentro de si
As minhas profecias.
Surge, some, ressurge das cinzas.
Decide pertencer à minha
Projeção insustentável.

Tenta escolher um personagem,
Mas muda de ideia conforme
Eu vou arrastando os meus gostos
Por lugares inesperados, inexplorados.
Não se decide por uma fantasia só.

Ah, esses meninos
Lunáticos.
Um amigo imaginário
Para mim,
Que não sou louca.
Ah, não.
Eu apenas escrevo.

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