segunda-feira, 1 de junho de 2015

Quando eu me calo

Três cigarros.
Um, dois, três.
E uma tristeza profunda.
Exclusiva, singular.
Que só te pertence.
A nicotina me seca por dentro,
Mas eu ainda consigo chorar.
E o céu chora junto.
Eu preciso ser forte o tempo todo
Para aguentar a dor nos ossos
E o frio dessa noite chuvosa.
Eu preciso aguentar
O silêncio interminável,
Mesmo enquanto leio e releio
As pragas que você me joga.
Sou da sarjeta, da morte.
Eu sou a ofensa, a heresia,
A rebeldia mal calculada,
O pecado espalhado por todas as coisas.
E por dentro disso tudo
Alguém em mim te ama tanto
Que quer morrer.
Não sinto meus dedos dos pés
Ou minha alma.
Vou esperar que o mundo me devore
De verdade.
Deixar que a maldição me tome.
E no momento certo, bem,
Você sabe o que acontece a todos nós.

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