terça-feira, 16 de junho de 2015

Parede azul de lágrimas secas

Você lançou sua última carta
E eu achei que ainda houvesse tempo
Mas não tinha
E eu achei que logo te esqueceria
Não contava
Que ia me sentir mal
Todas as vezes que já não te amasse
Não coloquei na balança
A infinda seca dos jardins
Dos meus diários
Não percebi que viria
A parar de pintar quadros
E escrever livros
Não vislumbrei essa vontade de
Ausência
Que agora me toma todos os dias
E me abandona todas as noites

Sinto saudades
Toda vez que me deito pra dormir
Procuro textos novos todo dia
Releio
Não confio nadinha em você
E nas possíveis coisas
Que você me diria
Se ligasse
Mas você não dá a mínima
Importância
Pra nada disso
Nem pro fato de eu estar chorando
Com um texto que eu já li e reli
E tatuei dentro de mim
E daí?

Me incomoda sim,
Como faltasse metade do meu cabelo
De um dia pro outro,
Fico triste,
Me isolo como uma maldita baleia
Antes conversando com essa parede, azul
Do que com qualquer pessoa
Desentendedores
Antes falando com ela
Que contigo

Você é um arrogante de merda

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