domingo, 21 de junho de 2015

Livro de colorir

Eu continuo observando coisas que não fazem sentido pra mim. Queria pintar meu cabelo de azul, de preto, e aí emagrecer. Queria ter a pele bonita, uma mente limpa, uma vontade sã. Tudo isso falta. Falta paciência e talvez compreender que é tempo de ir. Eu acordei hoje pensando em você de novo. Mentira. Quando o dia começou, e o sol me viu pela primeira vez nesse domingo, eu já havia passado uma inteira madrugada pensando e despensando em você. De dez em dez minutos. É o tempo que dura a realidade, não é? Talvez não. A manhã viu estampado na minha nuca o sofrimento estranho de não te ter. Eu me sinto indigna de tudo isso. É como se eu não merecesse viver depois de desamada por ti. Quem é você? Por que eu te amo tanto? Sua falta não tem nenhum sentido, lógico, prático ou moral. Você é um absurdo que me aflige. E por alguma razão, domingo é um dia especial para sofrer por tua causa. É isso. Domingo é o feriado da nossa relação (que já inexiste a este ponto). Tudo em mim coça para falar com você. Eu escolho cores, rabisco, renovo as camadas da minha pele em agonia. Espero que a chuva volte e te traga com ela. Para que eu tenha tempo de estar contigo e descobrir que te desconheço. Que não te espero ou desejo. Mas é preciso tempo, espaço, paciência. Temo que o estoque seja escasso e o preço alto. Temo que não tenhas nome, endereço, ou ainda sangue correndo nas veias até hoje. E que você desapareça no vento, com a minha vontade de ser feliz. Carregando consigo todas as coisas invisíveis que eu degustava nos meus suspiros. Apaziguando meus ânimos e impulsos nervosos tão queridos, me deixando só. Não quero ficar só. Quero você. Não vai embora.

Não vai embora.
Fica.
Volta.
Eu ainda te amo.

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