terça-feira, 1 de setembro de 2015

Aceito um chá.

  Chá de morango. Não de camomila ou erva doce. A ideia não é acalmar os nervos ou apreciar a falta de gosto da água fervida. Não. Chá de morango. Porque morango tem personalidade. Porque tem aroma doce, gosto azedo, e uma insistência em colocar sabor na água. Porque morango tem cor em forma de chá.
  Quando criei o blog, esperava que alguém me encontrasse ao acaso. Alguém que realmente me achasse interessante e se apaixonasse por mim pelos textos que eu escrevia. Idiota? Qual a importância? Faz três anos que eu escrevo aqui, e este é o post número mil e nove.
  Não sei se me dou ao trabalho de contar quantos desses posts são realmente textos e quantos são apenas títulos, ou citações, ou fotos, vídeos, etc. Independente disso, aqui há muitos textos. Muitos, é verdade. E me pergunto um pouco qual a utilidade disso tudo.
  Encontrei, já faz um tempo e ao mesmo tempo não muito, a tal pessoa que eu esperava que me lesse. Ele nunca foi um leitor compromissado. Mas nunca interessou o nível de compromisso que ele demonstrasse. Eu só queria ser admirada. E, bem, eu devo ter dois ou três admiradores, não sei ao certo. Talvez quatro.
  Um deles, esse que eu encontrei, soube perceber meus textos como eu queria ser percebida. Me respondeu. Entrou no meu mundo de fantasia dos chás doces que queimam a língua. Isso significa que a partir daqui o blog perderia o seu propósito?
  Posso dizer que agradeci a aparição dele. Ah, se agradeci. Até agora 214 textos, e contando, só para ele, sobre ele. Já se justificou toda a existência desse diário caótico-poético.
  E se eu escrevesse um livro? E se a partir de agora eu quisesse um pouco mais de gente pra me ler? Alguém compraria esse livro? Alguém leria os meus poemas? Quantos textos daqui são poemas o suficiente para sustentar um livro de poesia?
  Eu tomo meu chá, de morango. Chove lá fora, então eu abro as janelas. Desligo o fundo sonoro da página, para ouvir a natureza e não a mim mesma. Só pra variar.

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