terça-feira, 1 de setembro de 2015

Tartaruga, análise












Uma, duas, três margaridas no meu caminho.
Não vejo frutas, alimentos de qualquer espécie.
Vou morrer de inanição desta maneira.
Margaridas, sempre margaridas no caminho.
Plantadas frente à minha toca.
Almas imortais em forma de brancura, luminescência.
As malditas margaridas deixando o meu jardim insuportavelmente bonito.
Mas se não tenho alimento,
Como esperam que eu não as coma?
Me perdoem vocês, flores, se eu der-lhes uma lambida vez ou outra.
São as pétalas formosas, cheirando a amor e satisfação.
Me perdoem vocês, flores, se eu lhes sonhar um banquete de buquê.
Eu sinto fome. É meu instinto procurar o que comer.
Se nada consumo,
Se não há consistência em alimentos,
Se não devo comer as flores, margaridas,
Por serem demasiado bonitas
Para a minha breve nutrição,
Por que são as flores essenciais ao meu jardim?
E mais,
Por que as considero tão bonitas,
Se nunca poderei comê-las propriamente, devidamente, engolir e carregar ao estômago?
Que há de evoluído na falta de vitaminas e energia?

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