quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Objurgada

Quando eu hoje me deitar sem a tua companhia
Quando antes de fechar os olhos, o teu corpo não tocar o meu
Quando eu sentir o vazio da tua ausência
Me pesando feito uma coberta fria
Eu vou pedir a Deus que me alcancem todas as violências
Como se um toque pudesse adormecer a falta do outro
Como se minha alma pudesse livrar-se desta forma
Da angústia do não-tu
E como se houvesse um pingo de perdão cabível
A este sombrio tipo de rezas
Eu vou em seguida procurar calar meus pensamentos
Vou repetir teu nome em mantra
E tratar o amor como se a palavra carregasse a cura
Eu sei que não carrega
Talvez no fundo eu seja terminal
Mas quando eu estender meus membros pela cama
Sem calcular o espaço que ocupo
Sem compreender os segredos do mundo
Sem ter poder sobre o futuro que me aguarda
Eu vou desejar acima de tudo, você
Teu corpo, espírito
Todas as essências que te pertencerem
Eu vou te desejar inteiro,
E orar com todo tipo de força que me cabe
Pedindo em majestoso egoísmo
Que sejas meu, meu, meu
E mesmo sabendo que o universo é dono dos destinos
Que minha vontade não muda coisa alguma
Eu vou tentar sonhar contigo hoje
E todas as outras noites
Pois essa é a única paz que meu existir admite
Pois eu te quero a cada instante
Te quero hoje, te quero sempre,
Te quero mais e mais, infinitamente

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