terça-feira, 22 de setembro de 2015

Overdose, linha, borda

Eu tenho chorado com frequência
Eu tenho tido surtos de ansiedade
Eu tenho vivido com a ânsia
De montar no teu corpo nu
E desabar sobre todos os mortais
Eu ando lidando com o apetite
De uma forma muito incomum
Eu posso ver que todas as coisas
Transitam entre os espaços
Nada mais sabe seu lugar de pertencimento
Eu sei que a maior felicidade de todas
Me aguarda ali na esquina
E ao mesmo tempo
Sinto as catástrofes me arranharem por dentro
Não sei onde a relação surge
Mas revivo constantemente
Todas as pessoas que já fui
Algumas delas muito pavorosas
Algumas delas sereias: encantos sem fim
Podia não te por tanta esperança
Podia não te amar nesta medida
Podia fugir logo
Me abster de ti
Fingir descaso
Como em tantas outras vezes o fiz
Mas tudo que desejo é a tua companhia
Teus braços ao meu redor
Teu cheiro que desconheço
A textura peculiar de teus lábios
O calor de teu corpo invadindo o meu
E todas essas formas de coexistência no mundo material
Quero teus olhos nos meus
Tua língua na minha
Minha verdade na tua
Não estar nunca sozinha
Procuro paciência em tudo que toco
Mas o amor me excede
Não cabe, espalha
Suja todas as coisas
Sou um balão de festa
O amor é água
Será que arrebento um dia?
Será que fecho a torneira?
Estico, estico
Faço tudo desajeitado
Te amo te amo te amo

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