segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Eletricidade

Os flashes invadem a minha janela
Pelas minhas cortinas entreabertas
A noite fotografa a minha agonia
E deve haver algo de realmente belo
Antes que as nuves rosnem agressivas
Para a minha pequena porção de satisfação

Não posso sentir o frio do outro lado
Do lado de cá eu sinto, e absorvo
Meus dedos gelados contrastam
Com o calor fervente de meu ódio

Tento acalmar-me, sabes como
Mas nada do que faço adianta
Há um ciclo etéreo do demônio
Entre meus pavores e meus regozijos

Estendida em meu solo verde
Mais uma vez
Escuto a exclusão da natureza
Dentro do concreto
Condeno a raça humana
E desrespeito as regras

Ajo indevidamente
E há um respingo de alegria sobre o feito
Sinto-me justa e incoerente
Sinto-me existente
Mesmo que me cale sobre teu leito

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