quarta-feira, 1 de abril de 2015

Leitora

Te dou meu intervalo.
Tu não sabe.
Gosto de ti.
Ignora.
Preciso de algo teu pra ler.
Se sabe, sobe à cabeça.

Dá pra deixar o quarto de lado
Só dessa vez?
Gosto das minhas roupas.
Posso distraidamente cravar minhas unhas em você?
É amor, eu juro.

Te derramo nas minhas folhas.
Te dedico minha serenata sem nome.
Não sei cantar ou recitar poemas.
Não há beleza em minha infanto-violência.

Faço tudo da maneira mais estranha.
Fico rindo, no meio da aula, da tua ausência.
Se tu falta, é porque existe em mim.
Não sei o que difere a tua distância da tua proximidade.

Leio teus apelos,
Me escondo no meu cinzeiro improvisado.
Não chove, não molha, não fode.
Não fala comigo.
Só escreve.
Pelo menos isso.

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