domingo, 12 de abril de 2015

Bois

Gosto do cheiro da minha vagina
Quando não há nenhum outro consolo
Gosto da maneira que ele me bate nos dias gélidos
Gosto da mão que me esfola
A dor vale muito mais que o teu carinho
Por maior que seja o meu agrado
É no sexo que eu me abrigo em dias tristes
O sufocamento da carne compulsiva
Ofuscando a minha tristeza tão genuína
Eu preciso correr das tuas garras
Antes que me doa a falta imensa
Antes que me canse a desesperança
Eu preciso resgatar o meu refúgio da depressão
Não precisar de ti para sentir
Mas os bois são sempre nomeados
Quem não tem nome não existe
E ponho teu nome em tudo que me atinge
Meteoro que me mata a solidão
O que eu chamo de tu nunca é tu
Eu só quero conseguir manter o equilibrio

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