quarta-feira, 15 de abril de 2015

Liberty, forehead

Quando tu te tornas livre,
Eu me torno escrava.
Chamei-te liberdade,
E cantarolei a tua canção de guerra.
Mas para haver liberdade,
É preciso antes haver justiça.
E não há democracia quando se trata de eu e tu.

Deveríamos antes,
Ser nós dois.
Uma dupla dinâmica,
Uma dupla capaz de grandes feitos.
Mas somos ainda, dois,
Feitos um a um.
Pessoas separadas,
Cada um com um caminho traçado pelo destino.
Estamos apenas na esquina da vida,
Conversando.

E eu queria que o teu sussurro
Ecoasse pra sempre dentro de mim.
Mas não há memória que resista
À solidão que o tempo traz.

Tu ainda és liberdade,
Mas não minha.
Nem de mais ninguém.
Tua liberdade é tua,
E somente tua.
Respeito isso.
Faz parte do teu pacote que eu tanto amo.

Não me doi menos pensar na tua partida diária.
Uma parte de mim te mata todos os dias
Só pra se apaixonar outra vez.

Aceito a minha tristeza,
Que é quase certo,
Tu não vais entender.
Aceito essa incoerência minha
De acreditar no amor,
Mas não na sua duração.
Aceito que meu amor por ti
Ainda me more,
Mesmo que tu parta.
Tento evitar que tudo desabe,
Mas não posso nem tentar
Diminuir o tanto que tu és
Dentro de mim.

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