sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A dualidade do dia trinta

Eu levantei,
Comecei a me arrumar,
Dividi o meu cabelo em duas partes
E de repente
Era como se eu pertencesse
A dois continentes distintos
Mas o mais importante
Eu agora sabia
Que a verdade era só uma
E saindo de casa
Em minha camisa nova
Nitidamente mais azul que o céu
Eu sabia
Que nem tudo estava perdido
E mesmo que eu ainda o amasse
E mesmo eu ainda estando doente
E mesmo sendo sexta-feira
- essa era a melhor parte -
Eu estava bem
Há dias, eu sei,
Em que eu fico bem
E esses dias,
Para ele que tinha perguntado,
São o que me motiva a viver.

Se eu sei
Que os trens vão e vêm
Em dois sentidos
Da mesma direção
Se por genuíno empirismo
Eu posso dizer
Que os trens continuarão
A ir e vir o tempo inteiro
Eu preciso aceitar
Tanto a paz quanto o caos
Que me visitam
E aguardar a partida
De cada um
No seu respectivo
Passeio.

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