sábado, 21 de março de 2015

Apelo de sexta

Como eu te disse, amorzinho
Não quero nunca ser triste
Porque se eu for, a tristeza há de me devorar.
Pinto hoje, bebo amanhã,
Fumo um cigarro,
Fumo milhares deles,
Escrevo o tempo todo.
Nunca nunca peço socorro,
Quando eu peço dá tudo errado
Dá tudo errado sempre
Meu amor eu não fiz aquilo que tu me pediu
Eu não fiz nada do que eu devia
Eu não fui à aula hoje
Eu queria me cortar
Eu queria morrer
Deus não tá me castigando
Deus não existe
O que existe sou eu querendo grandificar
todas as coisas que acontecem
As boas e as ruins
Eu não quero ficar triste
Mas é sexta-feira à noite
A pior hora
Do pior dia da semana
E eu não tenho tela
E a minha tinta vermelha tá acabando
(e isso diz algo sobre mim)
E eu não tenho companhia,
Só culpa e pessimismo
Me afogo nessa derrota, odeio isso
Preciso sair daqui
Me ajuda
Não adianta, eu tô sozinha
Eu preciso entender que eu tô sozinha
o tempo todo
Não tem resgate
Não tem fuga
Não tem você dentro de mim
Não tem dor, não tem amor, não tem socorro
Eu só queria ficar bem
Só queria não sentir todo esse desespero
Me matando
Todo esse medo, toda essa existência vulgar
Eu queria paz
Queria ser inocente
Queria não ser obrigada a sofrer
Queria ser feliz

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