segunda-feira, 30 de março de 2015

Subnutrida

Eu deleto-te de mim,
Enquanto tu odeias todas as coisas.
Gosto da ânsia que tu tinhas de me destruir,
Por gostar de mim.
Era o que parecia.
Me destruir fisicamente deveria ser
O amor que há por dentro.
Amor demais exige a violência,
Por isso pedia que o fosse.
Mas tu preferes a frieza da ignorância.
Eu nunca entenderia.
Não entendo.
Eu queria que fosses tu,
Mas insistes que o tu que tens é este.
E logo parece que eu quero transformar-te em algo.
Não.
Ah, não, querido.
Queria que fosses fraco.
Uma vez na vida fraco.
Comigo.
Eu não te devoraria.
Ages comigo da mesma maneira que eu ajo.
Há escudos sempre,
Escudos de vidro impenetráveis.
O que pode ser visto nunca pode ser tocado.
Será que entendes algo do que eu digo?
Ou permaneces no jogo de venço-eu-ou-vence-tu?
Vou removendo os teus resquícios no meu ambiente.
Gostaria de ser estúpida novamente.
Porque só faço, em sua maior parte, desfazer-me de todos.
Detesto ficar só.
Prefiro a tua companhia inútil.
Tu és como água para a minha fome.
Definho de qualquer forma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário