sexta-feira, 13 de março de 2015

Ladainha

Não vou te pintar um quadro
Ou escrever uma carta.
Dessa vez eu só vou pensar bem alto
Em tudo aquilo que me deixa triste a seu respeito.
Vou susssurrar o meu ciúme bobo do seu amor
Por ela.
E praguejar por cada reclamação que eu leio,
Sem que você veja.

Você é como sal,
Sugando de mim toda vontade de ser feliz.
Eu continuo bebendo
água marinha,
porque estou com sede.
Mas a sede nunca passa.
Você tira toda a graça
Dos meus dias chuvosos.

Me tira o sono a maneira
Como você ama aquela que você conhece.
Mas me deito na cama e finjo
Que a vontade não existe.
Calma, garota. Espera o tempo passar.
É que o meu tempo corre sempre tão depressa...
E sempre tão devagar.

Hoje é o sempre,
Amanhã é o depois.
E assim eu sigo.

Não tendo estado nele,
Você ainda mora no meu passado
E nunca entenderia isso.
Você reúne as minhas falsas esperanças.
Escolheu isso.
E agora não se importa mais assim.

O problema é que eu sou um cão fiel.
Mas pode ir,
Me esquece,
Me esquece.
Eu arrumo outro lar,
Outra flor pra cheirar
E abanar o rabo.
Eu vou lamber outros pés.
Estou torcendo por vocês.

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