terça-feira, 24 de março de 2015

Impermanência

Que fosse eu,
Que fosse tu,
O importante era que funcionasse.
Que desse certo para alguém.
Eu, por outro lado, não gostaria também de ser abandonada.
Se tu fosse feliz, me escoraria em ti.
Ao passo que, na minha vez, faria o possível para te trazer comigo.
Que ganhássemos mais do que o esperado dessa simbiose forçada.
Mas a simbiose nunca funciona no mundo humano.
Somos seres independentes, condenados à individualidade.
Usamos pontos e vírgulas, mas nunca há empatia o suficiente.
Queria fazer de tu minha cabana, como faço a todo resto.
Mas não somos compatíveis.
Nunca somos.
Não há compatibilidade que resista à minha impermanência recorrente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário