terça-feira, 4 de agosto de 2015

Nem papel nem conta

Minha mãe mandou que eu dormisse cedo.
Eu te pedi que não me fizesse dormir depois das três.
Marquei com o meu amigo no iníciozinho da tarde.
Estou aqui. São quase sete.
Nem vi o tempo passar depois das dez.
Parei um filme no meio, ouvi músicas.
Essa nem sou eu.
Eu acho.
Talvez eu fosse antigamente.
Eu penso muito sobre você.
Nem tanto assim. Há intervalos.
Penso em como eu não quero mais falar contigo nunca.
Eu penso em como nossa história se encaixa em todas as músicas que ouço.
Penso em como eu realmente devia ficar só.
A companhia das pessoas têm me doído ultimamente.
Virtualmente, eu acho.
Você mesmo sabe que estas virtualidades não são saudáveis.
O que somos nós?
Eu ainda estou decepcionada por você não ter sido quem eu queria.
Mas também não poderia ir e te deixar aqui levando a culpa.
O que eu quero dizer é que de decepções somos feitos todos.
Eu fico um tanto triste quando penso que queria isso que você teve com ela.
Ontem o universo me deu uma chamada, mas já tá tudo certo.
Exceto pelo fato de que eu continuo sozinha.
Eu vou ficar sempre sozinha.
Desculpa, amor, desculpa.
É possível que eu acabe tendo surtos de raiva quando falar contigo.
É provável que você nem veja eles acontecendo.
Eu vou te dizer que tudo bem, que você pode sim falar comigo.
Eu vou te dizer que não me importo, vou tentar te ajudar.
E, no fim do dia, eu vou ficar com raiva daquilo tudo. Porque é isso que eu faço.
No fim das contas, já era.
O que foi, foi. E eu nunca mais vou te ver da mesma forma.
Sempre fica esse espaço vazio, essa enorme frustração no ar.
O que era. O que eu sentia. E não sinto mais.
Eu odeio deixar de sentir as coisas.
Me sinto imensuravelmente vazia. É como se uma parte de mim morresse.
E falando contigo, tudo se confirma. Não é igual.
Não sinto mais o que eu sentia. Esperança.
Mesmo que uma esperança meio deturpada, aflita.
Mesmo que uma esperança meio destrutiva.
Eu não a sinto mais.
Eu não te amo mais.
Eu apenas me importo.
Eu não te desejo fielmente.
Eu não te suplico coisa alguma.
Te enxergo como ser humano qualquer.
Humano, não mais que isso.

(E eu vou te ajudar sempre que eu puder)

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