quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Ponte, corda, pulso

Que falta faz,
Quando tu não me amas,
Ser amada.
Que falta faz
A heroína de sempre,
Aqueles elogios loucos.
Eu sei que tudo isso
Era só um jogo.
Por que
Insististe tanto assim
Em brincar comigo?
E o que é
Que tem nisto
De tão fascinante?
Aquelas promessas tinham,
Tenho certeza,
Um algo a mais.
Conteúdo batizado,
Pra manipular os vícios,
Pra deixar bem os resquícios
No coração drogado da vez.
Que falta faz
A tua rebeldia inconsequente
E o medo de acordar pela manhã,
E o medo de não dormir,
E o medo de já não estar aqui
A tua companhia de quase todas as noites.
Que falta faz
A adrenalina da crise
Que rejeito.
Não sei se era mesmo
Esperança
Ou se eu só
Procurava um jeito
De me distrair,
Não sei, assim,
De mim.
Essa mudança das coisas
Me incomoda tanto.
Todo dia
Me encontro de luto
Outra vez.
Ninguém entende
O tamanho ou o conteúdo disto.
Meu retorno ao que me doi
Não é bem visto.
Mas não é como se doesse como antes.
Eu queria que doesse mais
Pra eu me arrepender.
Não sei de onde parte
Esse meu impulso suicida.
Não o quero.
Eu vou me sentir louca de qualquer maneira.
Vou ter que me sentir
Pro resto da minha maldita vida.

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