segunda-feira, 3 de agosto de 2015

terra do nunca, chatice de sempre

Reclamei minha dor
Ai, Terra do Nunca
Onde te encontro?
Onde não te escuto mais falar?
Ah, que tormento
Quando esbarro em todos os corpos
Já os quero de vez
Dentro de mim
Não de uma forma erótica
Mas, também, sim
Eu sempre me apaixono
Pelo tonto que me faz um gesto
Seja ele grande ou pequeno
Seja do jeito que for
Tudo que eu quero
Um colo
Alguém pra me foder
Durante a noite
Alguém pra atender
Minhas ligações
Em desespero
Alguém pra ouvir meu choro
Sou puro interesse
Engulo os desavisados
Quero todos os que são casados
Quero todos os que são amigos
Como ajudar
Ao pobre coitado
Que se faz amigo
Dessa louca?

Então se põe,
Terra do Nunca
No vazio espaço
Onde se encontrava
O medo,
Em estágio terminal
Com direito a flores
Com direito a fadas
E tudo que tem direito
No visual fantástico da farsa
E em versos breves e distantes
Recitais sobre o amor eterno
Tudo que eu queria
Maior traição de todas
Brincar com isto
Falar com menina Débora
Em seus cinco anos
Venha, 
Aqui tem doces
Vamos ser amigos
Vamos nos amar pra sempre
Foi como se eu estivesse em casa
Como num filme que assisti uma vez

Não sei se consigo mais explicar
Apenas me incomoda
Arranha a garganta
Falar dessa mentira
Tão idiota
Eu achei que alguém me amasse
De verdade
Eu queria que isso sequer existisse
Mas, não importa
Eu vou fingir que não importa
Vou fingir que fico quieta
Calada
Sem me pronunciar sobre isso

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