sábado, 1 de agosto de 2015

Um, quatorze, oito

Acordo de batom vermelho e pés exaustos
Vislumbrando o meu futuro
Quase certo, mais distante
Em um ou dois anos,
Talvez na direção oposta
Eu não sei se estou mesmo disposta
A fazê-lo mudar pro lado certo
Observo a minha velha nudez de sábado
As faltosas doze horas dormidas
Uma sede, que não se explica em ressaca
Uma fome, que não se esvai em comida
Se eu soubesse ao menos
Como me livrar dessa bendita dor nas costas
Se eu tivesse o mínimo
De vontade de me pôr debaixo do chuveiro
Talvez se a casa não fosse apenas minha
Eu seguisse o trajeto,
Que talvez o universo quer que eu siga
O que foi que eu esqueci de notar,
Querido céu?
Ou será mar, de onde vem toda essa carga?
Porque perder a bolsa é fato
Porque sair de casa é gesto
Porque ver surgir de lá e cá
Esses fantasmas
Não pode ser coincidência
Depois de tanta conversa sobre a vida
Eu já não me lembro daquela recente ferida
Tento me importar com que me importa
Tento me impedir de acabar morta
No meu próprio quarto

Talvez a minha fé seja maldita
Talvez eu espere do mundo
Um pouco além do que eu deveria
Talvez seja arrogância minha
Querer saber antes de realizar

É apenas sábado
Eu tenho direito a um pouco de descanso
Eu me dei isso
É apenas sábado
Eu ainda estou de férias,
Espero que não por pouco tempo
Ainda hoje, sábado
Eu prometo
Hei de pesquisar o que se deve
Entrar em contato
Querer saber sobre o que preciso

Hoje é dia primeiro
Faltam catorze dias
Acho que eu mudei antes da hora
Acho que eu não estou pronta
Pro novo ritual de todo ano

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